sábado, 7 de setembro de 2013

Luz ofuscante




O desejo do reconhecimento é uma característica intrínseca ao comportamento humano – podemos dizer até, em medidas mais amplas, animalesco, afinal quantos cães e gatos não exibem suas presas a seus donos? Hodiernamente, a busca por notabilidade, contudo, é imediatista, de caráter esférico e pende-se ao geral.

Devemos, no introito desta tese, elucidar as diferenciações entre notoriedade e repercussão; o primeiro trata-se da reputação resultante do talento ou mérito. O segundo, entretanto, retrata o efeito de repercutir, reproduzir e dispersar. Concluímos que enquanto um indica uma aptidão, com históricos de proezas; o outro pressupõe atos coincidentemente divulgados, ou ações iméritas e imorais transmitidas ao público.

Um último conhecimento necessário para compreensão textual apropriada são os meios para, enfim, galgar nos ébrios da fama. A internet constrói devidamente a estrutura impulsionadora para um reconhecimento (neoimprensa?!) também, possui auxílio de outras invenções contemporâneas e da consciência tecnológica do século z, esses anos ansiosos.

            É comum nesta geração a necessidade por renome mais pulsante que o passado. Notamos, então, a relativa facilidade em subir aqueles poucos degraus antes do palco, a certa velocidade –  e de tão rápida soa efêmera – para correr sem pudor para debaixo daquela luz amarela e amargamente oscilante.


            Questionamos, agora, quantos desses jovens pupilos da mídia, aspirantes a celebridade, seguraram firme o lápis? Ergueram alto suas opiniões? Agarraram forte o papel? Quantas são mais que belos olhos? Dúvidas que encaram o embate entre notoriedade e repercussão, e demonstram de maneira afirmativa (objetiva) tanta variação daquele holofote.
                                Gustavo Minho

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