quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Geração Beat - sem vírgulas



Arte desregrada
Com o final da Segunda guerra, jovens intelectuais exauridos dos padrões pré-estabelecidos do capitalismo norte-americano, iniciam um pensamento livre, subversivo e inovador, a Geração Beat. Essa evidenciou-se no âmbito da literatura, mas está presente também em outras manifestações artísticas, como pintura, cinema, música, teatro. Visavam à arte mais próxima da realidade, uma poesia urbana. De suas particularidades, elenca-se a escrita compulsiva e intensa, linguagem extremamente informal, muitas vezes com representações exatas da fala, e fluxo constante de pensamentos, assemelhando-se à escrita surrealista, com longos períodos de vírgulas escassas e pontos raros.
Os principais autores desse estilo foram, Jack Kerouac (1922- 1969), fundador do movimento Beat, escreveu On The Road, marco inicial, o qual obteve grande repercussão na mídia, difundindo os novos ideais, Allen Ginsberg (1926 - !997), responsável pelo prolongamento dos Beats, transmitindo o pensamento para as próximas gerações ( Diz-se que seu visual, barba e cabelos longos e batas coloridas compradas na Índia, influenciaram a vestimenta Hippie ), autor de Uivo, livro no qual está presente uma introdução que descreve esses poetas e Lawrence Ferlinghetti (1919), maior expoente vivo do Beat, autor de Um parque de diversões da cabeça, não seguia, entretanto, a conduta extremista e frenética do movimento ( talvez a razão por continuar vivo).

A geração ligava-se e participava dos movimentos de contracultura da época, questionando os novos papéis da arte, pregavam, assim a arte pelo valor artístico, sem um valor comercial. Após a publicação de On The Road, os Beat ganharam muita popularidade, principalmente devido às repressões do Estado, tanto ao incrível talento literário dos artistas. Não obstante, por causa dos excessos de drogas, álcool, sexo livre, jazz e viagens pelo Estados Unidos, às vezes até outros países, essa arte foi considerada marginal e esquerdista (em época de Guerra Fria, considerado um crime), apelidada depreciativamente como Beatnik, soma do radical beat com o sufixo do satélite russo Sputnik, contudo, só aumentou ainda mais a procura sobre o movimento. O nome em si possui duas explicações, a primeira, de origem controvérsia, na qual Kerouac utiliza o radical da palavra beatitude, felicidade eterna, gozada no céu pelos santos, a segunda, deve-se influência direta do jazz, sendo “Beat”, batida ou ritmo em inglês. A Geração Beat foi influenciador dos movimentos estudantis, Hippie, Feminista, de libertação sexual, Punk Rock, Bob Dylan, Jim Morrison, e outros movimentos de contracultura.                                                                   
   Gustavo Minho

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