sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Contexto


Somos tão jovens

As minhas rugas são precoces, mas meu cigarro é novo. Então deixe-me elaborar minhas divagações da maneira que eu quiser conduzi-las. Se sentir vontade, sente e escute, caso não, não passe apertos ou pudor, apenas vá embora. A juventude nunca foi tão valorizada, e falo isso com o poder de uso da palavra, ser jovem é belo, é moda, é tendência, é a degeneração do fato real da juventude. Já foi o tempo em que muitos adolescentes passavam horas e dias imaginando sua vida adulta, seu bigode esbelto, calças compridas e uma esposa para esquentar a cama. A maturidade estava no ápice de sua valorização, e se posso dizer, é mais fácil esperar para se tornar algo que não é, do que tentar evitar deixar de ser. Veja bem, a partir do nascimento o ser humano só conhece a graça, agilidade e beleza da juventude, está acostumado com sua pele firme e cabelo espesso, envelhecer implica em uma mudança na concepção mais íntima do ser. Modificar padrões, ideologias e visão de mundo sem ao menos opção de escolha, uma obrigação formal e irreversível e interrompível.


Essa alteração, no entanto, não é tão abrupta se o jovem já a anseia e a idealiza como positiva. Porém em uma sociedade onde ser jovem é o valorizado, não é possível uma transição sutil. Crescem os exemplos, multiplicam-se até, de adultos em meia idade que se autodeclaram jovens. Não me entenda incorretamente, não acho que estão errados, entendo até, com o avanço das tecnologias de medicina, prolongar a salubridade do corpo nunca foi tão fácil. Meu enforque está na Super Valorização da juventude, é inquestionável o histórico revolucionário dessa - Comte que me perdoe – o passado é construtivo! Entretanto, o que restou para a massa de jovens fúteis por ai? Não vejo nada, apenas um excesso tolo. 
                                                                  Gustavo Minho

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