sábado, 31 de agosto de 2013

Dupla sinfonia



O rock n roll, usado para transmissão dos ideais reformistas da sociedade baby boom (pós-guerra), carregou mudanças culturais e antropológicas, além da identidade de uma geração. A música atual, por sua vez, ainda é veículo de pensamentos, e ao mesmo tempo, considerada como fuga da realidade tortuosa.
Cantores como M.I.A. e Emicida bradam, em músicas, por igualdade material e mudanças políticas. Com auxilio da internet e elaborada combinação harmônica, exprimem a inquietação da geração Y (1970-1990) com acesso e disponibilidade para todas as camadas econômicas. Discutem decrépitos sociais e abordam temas marginalizados pela alienação.
A música no mesmo modo que protesta, contudo, proporciona exílio, pelo menos temporário, da existência. Schopenhauer, que a considera como a mais sublime dentre as artes - por possuir âmbito universal alçando a todos indivíduos -  ratifica seu poder ao afirmar a capacidade de suspensão da dor vivente.

Ao lutarem pela realidade, estes jovens necessitam, igualmente, de um suspiro de utopia, proporcionado ambos pela música. A expressão de ideologias e desterro do presente real, portanto, são habilidades musicais constantes.
                                    Gustavo Minho

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