Jovens preferem roupas antigas e diferenciadas ao padrão midiático.
A subversão permeia o ideário jovem por
muitas gerações, não é novidade que muitos dessas tenderem a se desvincular de características do passado de seus pais, o caso do uso de calça jeans, óculos
de sol, e desenvolvimento do Rock. No entanto, em alguns desses grupos
modernos, existe a pitoresca tendência do uso de roupas e acessórios produzidos
a muito tempo, na maior parte das vezes, provenientes de seus avós ou pais.
Alguns jovens há 60 anos se
autonomeavam Hipsters, termo
originado na década de 40, significando, “pessoas que gostam de Jazz”, e se
aplicava a jovens de classe média urbana que apreciavam a cultura underground vigente em vários movimentos artísticos da época. O escritor norte
americano Jack Kerouac, na década de 1940, descreve esses jovens como “subindo
e vagabundeando pela América, vadiando e pegando carona em toda a parte, como
elementos de uma espiritualidade especial”, sendo assim um evidente retrato do
comportamento e essência da Geração Beat, vanguarda artística fundada por ele
alguns anos depois.

Hodiernamente, o
movimento Hipster se alavancou, e
ganhando muitos jovens da atualidade como seguidores. Estes além do apreço pela
moda vintage, também procuram uma
cultura mais alternativa, esquivando-se, assim, do comercial e difundido pelas
mídias. Preferem a música indie à
popular, e o cinema independente ao hollywoodiano. São frequentadores assíduos
aos brechós e lojas pouco exploradas, porém diferenciadas.
Sérgio, dono da ótica
Higienópolis, decidiu abrir uma sessão para óculos antigos, sobras de muitos
anos de estoque, e também usados, ou consertos e restaurações em sua oficina no último andar da loja. Contou
além disso, que a procura triplicou há dois anos, nesse período, relata, as grandes
marcas no ramo da moda, começaram a produzir modelos específicos para esse
público, o qual correspondeu as expectativas. Esvaziaram-se vitrines e
depósitos em procura exorbitante.
Os brechós também
notaram a difusão da nova tendência jovem. “Tenho a loja há 15 anos, há pelo
menos 3 o público mudou, antes eram só idosos, por causa da condição financeira
deles. Atualmente são 40% de idosos e 60% de jovens, que vem para customizar,
buscar botões, roupas diferentes, e algo parecido daquilo que viram nas
lojas.”, relata Nayara, dona do Brechó Belo.
Déborah Gumiero, além de se proclamar Hipster, afirma gostar do estilo de vida presente no movimento, do pensamento
e da vestimenta. Desde criança usava roupas esquecidas no ateliê de costura de
sua avó, porém esse ímpeto afloro com a expansão do movimento, “Gosto de
garimpar uma roupa que seja do meu estilo que me deixa confortável".
Gustavo
Minho