terça-feira, 1 de outubro de 2013

Les temps sont durs pour les rêveurs

Falta de tempo. Desde que o mundo é mundo a falta de tempo é o novo preto. Ou nude. Ou laranja que é definitivamente a cor da próxima estação.
Primavera/Verão, Outono/Inverno. Nunca sai de moda.
Tão clichê quanto uma música dos Titãs, ankle boots ou este texto aqui.
Na verdade não é a falta dele que nos impede de fazer um monte de coisas e dar rumo a tantas outras. Apenas seu “mau aproveitamento” que transforma, algumas vezes, o que há de mais importante em tempo perdido. Mas o que é tempo perdido se o tempo é diferente pra quem ve a hora passar e pra quem não vê a hora dela passar?
O tempo decorrido, passado, findo tem uma tradução diferente da matemática definição dos dicionários para aqueles que gastam poucas horas, ou minutos do dia, observando a calma corrida entre as nuvens.
Contar minutos pra quê se o tic tac do relógio é uma eterna vuvuzela com hora marcada? Tem horário pra acontecer... o vento soprando as nuvens, não.



O tempo decorrido, passado, findo tem uma tradução diferente da matemática definição dos dicionários para aqueles que gastam aquilo que perderam, lamentando o que não pode voltar. Dezenas de aniversários de morte da bezerra regados a muito choro de lamentação. É... a ponto de fazer secar o salgueiro chorão que nasceu ali.
São tão efêmeros os pequenos prazeres e tão eternas as lamentações.
O tempo é uma borboleta. É dentro da gente que essa medida de duração dos seres sujeitos à mudança da sua substância ou a mudanças acidentais e sucessivas da sua natureza, apreciáveis pelos sentidos orgânicos, nasce e se transforma naquilo que casulo nenhum é capaz de conter ou tornar cativo.
Epifania do acaso de um breve momento.



Esse texto foi escrito por Kátia Sandrin

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