O sentido das palavras
O tempo todo é um estranho e completo desentendido, uma
comédia opaca de simples palavras e sentidos complexos, uma farsa indestrutível
de fios invisíveis e rumores permanentes. Somos poucos, somos escassos, e somos
todos iguais. Perdidos em uma confusão austera e obscura na esperança de ter se
libertado, de se livrar da venda. No entanto, não existe venda, apenas discos
televisivos posicionados em nossos globos oculares para vermos o mundo da
perspectiva real, o real imposto. Somos poucos, somos escassos, somos ingênuos.
Tolos incontáveis, iludidos por sonho caído, uma bandeira rasgada ou um hino
morto. Gritamos com vozes fortes, mas de ideologias fracas.
E se isso te incomoda, se atormenta os sonhos pueris,
sinta-se a vontade para ignorar e criar novos. É o que sempre fazemos. A cada
nova ideologia, a cada novo pensador, não há mudança significativa ou inovação
revolucionária, continuamos os mesmos, nos mesmos lugares, em segundos
diferentes. Deja ju existencial. Uma hipocrisia cega e mentirosa, fútil e
banal. Agora vá viver sua vida, a nossa vida tosca.
Gustavo Minho
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